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  01/04/2020 - Estamos todos do mesmo lado
 


Estamos todos do mesmo lado
Luiz Carlos Bohn
Presidente da Fecomércio-RS
Artigo escrito pelo presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, para o jornal Correio do Povo desta quarta-feira (01/04).

Nos últimos dias, vimos nossa sociedade se mobilizar contra um inimigo comum. Num esforço que nos é caro, nos afastamos uns dos outros, e até mudamos o jeito de nos cumprimentar. Assumimos hábitos novos, lavando as mãos inúmeras vezes ao dia e aprendemos que, agora, nos afastarmos de idosos é um ato de amor. Mudamos hábitos para salvar vidas e vamos continuar fazendo isso. Nossa sociedade aprendeu uma lição importante: cada um tem que fazer a sua parte e isso faz toda a diferença. Somos todos soldados na guerra contra o coronavírus. E como em toda guerra, precisamos estar muito atentos às estratégias que adotamos. A estratégia de afastamento social extremo que temos visto se multiplicar mundo afora tem um preço e todos precisam ter ciência dele. Deixar todos em casa freia a disseminação do vírus, mas também freia a geração de renda, a arrecadação de impostos, a produção que oferece bens e serviços que fazem parte da nossa vida cotidianamente. Nos países desenvolvidos, o pedido para ficar em casa vem acompanhado de cheques recebidos nas caixas de correio e/ou em linhas de crédito bilionárias, que, em reais, chegam a casa dos trilhões, isenções tributárias e de hipotecas. E em nossas casas, o que vai chegar? Até poucos dias, era extremamente triste olhar a situação dos 12 milhões de desempregados desse país.

Eles continuam existindo e vão aumentar ainda mais. No pequeno varejo, não ligado ao comércio de alimentos e medicamentos, há mais de 123 mil empregos no RS. Pequenos negócios têm um caixa frágil. Fechar as portas por muito tempo talvez signifique não abrir mais. A escolha que temos que fazer nesse momento como sociedade é a prudência, com respeito ao hoje, mas também ao amanhã. Nós precisamos achatar a curva de infecção, mas não podemos colapsar nosso futuro. Precisamos abrir as portas, precisamos voltar a trabalhar em breve, dentro de protocolos de operação e protocolos sociais muito mais rígidos. Todos nós temos responsabilidades uns com outros. Vamos ficar longe uns dos outros para novamente podermos ficar perto de uma solução para o problema da saúde e da economia. Nosso remédio não pode se tornar um veneno.

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